quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O CUIDADO COM OS IDOSOS


O número de idosos tem crescido expressivamente em Santa Catarina. Representava 8,1% da população, em 1998. Em 2010, o índice subiu para 10,51%, segundo apurou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE.
O abandono, os maus tratos e a exploração das pessoas idosas, na maioria das vezes pelos próprios ou parentes, lamentavelmente, ainda é uma ocorrência comum. Daí a preocupação do Ministério Público.
Com o propósito de contribuir para a melhoria das condições de vida dos idosos — e sem deixar de atender às questões isoladas com que se depara diariamente — o Ministério Público concebeu e vem implementando, em parceira com a Vigilância Sanitária, o Corpo de Bombeiros, os Conselhos Estaduais e Municipais do Idoso e de Assistência Social e o próprio Conselho Regional de Engenharia, o Programa de Vistoria das Entidades Asilares.
Levantamento concluído no final de 2012 apurou a existência, em Santa Catarina, de 168 entidades asilares (tecnicamente denominadas Instituição de Longa Permanência para Idoso - ILPI), nas quais estavam abrigados 2.831 idosos, dentre as quais 209 com menos de 60 anos de idade.
Em 2013, o Ministério Público, normalmente acompanhado por técnicos ou representantes da entidades que integram o Programa, vistoriou 124 entidades (74% das então existentes). Além de irregularidades, constatou que 60% das pessoas abrigadas são do sexo feminino e 50% são dependentes para pelo menos três atividades essenciais da vida diária: locomoção, alimentação e higiene. Apurou também que a contraprestação pecuniária às entidades asilares é muito variável, oscilando entre R$ 190,00 e R$ 7.000,00, de acordo com padrão de conforto e a qualidade dos serviços prestados. Constatou ainda que 560 idosos aguardam oportunidade abrigamento, em lista de espera, situação que aponta para a necessidade de abertura de novas vagas ou estímulo à criação de novas entidades.
Dentre as irregularidades, destaca-se: a) metade das entidades não possuía alvará sanitário; b) 70% não possuem projeto para prevenção de incêndios nem alvará do Corpo de Bombeiros; c) 90% não estavam inscritas no Conselho Estadual nem no Conselho Municipal do Idoso e; d) 5% não contavam com responsável técnico, devidamente inscrito no órgão de classe competente, com formação de nível superior compatível com a natureza dos serviços oferecidos.
Muitas dessas irregularidades já foram sanadas, boa parte delas, espontaneamente, mediante simples recomendação do Ministério Público, que, mesmo assim, foi levado a instaurar, em 2013, pelo menos 46 procedimentos, incluindo 28 inquéritos civis, com a finalidade de garantir o regular funcionamento dessas entidades.
Neste ano, além de vistoriar as 43 entidades não visitadas no ano passado, o Ministério Público deverá conferir se houve a correção das irregularidades apuradas em 2013.
Origem: CDH



Nenhum comentário:

Postar um comentário